Aos 123 anos, índia de Feijó pode se tornar a mulher mais velha do mundo


Nesta terça-feira, 3, a indígena Maria Lucimar Pereira chega a incrível marca dos 123 anos de idade. Caso seja comprovado pelo Guinness World Records, o livro dos recordes, a acreana pode assumir o posto de Jeanne Calment. Falecida em 1997, a francesa tinha 122 anos.

Segundo o registro de nascimento e também o documento de identificação(RG), Maria Lucimar nasceu no seringal Porto Rubin, em Feijó, no dia 3 de setembro de 1890. Na época, o Acre ainda nem pertencia ao território brasileiro, a anexação veio, somente, em 1903.

Para chegar até a aldeia indígena é preciso pegar uma embarcação. A partir de Feijó, são cinco horas subindo o rio Envira. A rotina de Parã, como é conhecida entre o povo Huni Kui, começa cedo. A mulher acorda às 4h da manhã. Ela mesma prepara a primeira refeição do dia.

Depois, começa uma verdadeira maratona em visita aos 19 filhos, 68 netos e 26 bisnetos. Na tribo, a indígena é respeitada e sempre passa conselhos aos mais jovens. Em mais de cem anos, Maria Lucimar jamais precisou de ajuda médica. A visão ainda é capaz de colocar linha em uma agulha.

Talvez, um dos segredos para Maria Lucimar chegar tão longe esteja na alimentação. A índia centenária não consome sal e nem doces. Uma das bebidas preferidas é a tradicional caiçuma. Parã também evita produtos industrializados. Na hora do banho, ela troca sabonete por tabatinga. A mulher possui poucos fios de cabelos brancos na cabeça.

“Ela ainda tem muita disposição. Vai para o roçado, arranca macaxeira”, relatou Mario Huni Kui, representante do povo Huni Kui em Feijó. O dia 3 de setembro não vai passar em branco na aldeia indígena.

A tribo está em festa pela longevidade de Maria Lucimar, afinal a mulher resiste há três séculos. Para comemorar o aniversário de 123 anos, “a própria indígena está preparando um almoço com a ajuda de outras pessoas”, finalizou Mario.

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