Mãe crê em negligência em morte de jovem com suspeita de dengue


Em meio a dor e a tristeza Vera Lúcia Cordeiro Barroso, de 38 anos, ainda busca consolo para a morte prematura da filha de 16 anos, por suspeita de dengue hemorrágica na quinta-feira (18), em Cruzeiro do Sul. Ela acredita que houve negligência médica no Hospital do Juruá, para onde a filha foi levada na primeira vez que se sentiu mal.
Para ela, o medicamento aplicado em Légila Barroso Melo foi o responsável pela morte da filha. No velório, a mãe relata que quando procurou atendimento pela primeira vez, no Hospital do Juruá, receitaram  benzetacil e comprimidos de ibuprofeno, acreditando que a jovem estava com inflamação na garganta.
O único exame que passaram foi de malária e deu negativo, mandaram aplicar a benzetacil e à noite a Légila já não conseguiu dormir de dor, não aguentava nem andar mais. Ela tinha todos os sintomas de dengue. Com certeza foi a medicação. Levei ela no outro dia no médico particular e ele encaminhou para o Hospital Dermatológico”, relatou a mãe.
O coordenador da Secretaria Estadual de Saúde, Charles André, relatou que as causas da morte ainda estão sendo apuradas pelo Instituto Médico Legal (IML), e que o resultado da sorologia de dengue deve sair nos próximos quatro dias. Segundo ele, caso a família sinta que houve falhas médicas é necessário formalizar a denúncia por meio de um documento para que o fato seja investigado.
Mesmo após o resultado das causas da morte, se a família questiona se houve conduta irregular, deve formalizar uma denúncia e entregar nas instituições, no Hospital do Juruá e no Hospital Dermatológico, onde a jovem foi atendida, para que o caso seja apurado”, explicou o coordenador.
Vera Lúcia contou ainda há alguns anos a menina sofria também com problemas gástricos. A mãe só tem boas recordações da filha. Segundo ela, a menina que cursava o 8º ano do ensino fundamental sempre foi uma aluna aplicada, e ainda ajudava a cuidar dos outros irmãos enquanto a mãe trabalhava para garantir a renda da família.
“Ela era uma filha perfeita, aplicada, extrovertida simpática, ninguém via ela com raiva de ninguém, todos gostavam dela aqui no bairro, na escola. Tenho oito filhos, e era a Légila que ajudava a cuidar dos irmãos dela quando eu ia trabalhar, era uma menina que não dava trabalho nenhum para mim”, relembra a mãe.
Entenda o caso
Légila Barroso Melo, de 16 anos, morreu na manhã de quinta-feira no Hospital Dermatológico de Cruzeiro do Sul, com suspeita de dengue hemorrágica. A jovem estava internada na unidade que é referência para pacientes com dengue desde terça-feira (16), tendo sido atendida antes, na segunda-feira (15), no Hospital do Juruá quando apresentou dores no corpo e febre.
A causa da morte está sendo averiguada pelo (IML). Desde fevereiro até a primeira quinzena de setembro, mais de 6,5 mil casos da doença foram notificados e mais de dois mil confirmados, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
fonte g1