Sem casa, mulher faz barraco com palhas de buriti em Cruzeiro do Sul

Um barraco cercado com palhas de buriti (palmeira nativa da Amazônia) construído ao lado de uma Área de Preservação Permanente (APP), no Bairro Santa Terezinha, em Cruzeiro do Sul (AC), tem sido o abrigo nos últimos três meses da desempregada Maria Ilma Castro da Conceição, de 54 anos, com três de seus 14 filhos.  Apesar das condições precárias, a mulher garante estar feliz no local onde recebe ajuda de uma irmã e de vizinhos para se alimentar
Maria Ilma é divorciada e conta que morava no município vizinho de Mâncio Lima, na casa de uma irmã onde passava necessidade junto com os filhos. Para chegar ao lugar onde mora atualmente é preciso andar cerca de 200 metros por dentro de um brejo, às margens de um pequeno igarapé. Apesar das dificuldades, ela prefere a atual moradia.
“A gente passava de semana sem ter o que comer, aí me doaram essa área e decidi construir esse barraco. A melhor coisa que existe é morar no que é da gente. Minha irmã e o pessoal que mora aqui perto me ajudam demais, a vida aqui está muito melhor do que onde eu morava, não tem comparação, estou muito feliz”, relata.
A maioria dos filhos da desempregada já casou, alguns moram em outras cidades. Com ela estão dois adolescentes e um jovem. O sustento dela e dos filhos depende de cerca de R$ 400 que recebem do Programa Bolsa Família.
Três dos 14 filhos de Maria vivem com ela no barraco (Foto: Genival Moura/G1)
Ao tomar conhecimento das condições de moradia da desempregada, a representante local do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Maria Socorro, fez uma visita ao barraco, acompanhada de uma assistente social do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), entidade ligada o município.
“Uma situação que não é comum aqui nessa região, a assistente social está fazendo um cadastro e vamos tentar conseguir ajuda com os órgãos competentes, mas antes disso tentaremos mobilizar a sociedade pela urgência do problema. Essa mulher e seus filhos além de outros problemas estão praticamente ao relento expostos aos riscos de doenças como dengue e malária, bastante comuns na nossa região”, concluiu a líder do movimento.
fonte   g1.globo.com