Após a vazante do Rio Tarauacá, que baixou mais de 2 metros em 48h, algumas famílias atingidas pela enchente começam a retornar para casa. O rio apresenta nesta quinta-feira (20) a marca de 10,15 metros, pouco mais de um metro acima de cota de transbordamento, 9 metros. A cheia atingiu 5,3 mil pessoas na cidade.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros de Tarauacá, major Moisés Silva, 100% das residências já estão descobertas pela água. “Da mesma forma que foi a cheia, a vazante também foi muito rápida. Nós tivemos a felicidade das águas terem baixado consideravelmente. A iluminação já foi reestabelecida em todos os bairros", disse.
O comandante afirma que agora a preocupação é em relação a problemas como endemias e possíveis desmoronamentos. "Já temos nossa equipe pronta, caso ocorra algum deslocamento de massa”, garante.
Nas paredes das residências ficaram as marcas da água, que mostram a velocidade com que a enchente tomou conta da cidade em um curto espaço de tempo. Após a vazante, alguns moradores já retornaram às suas residências, outros, que não saíram com medo da água levar os bens, iniciaram a limpeza de sua moradia. É o caso da dona de casa Sueli Mendes Ferreira, de 48 anos.
“Não saí de dentro de casa para não perder minhas coisas. Estou desde cedo limpando a casa, tirando os entulhos que ficaram por aqui. O cheiro é insuportável, mas temos que aguentar e ir limpando para ver se acaba. Estou escovando tudo, está dando muito trabalho, mas, graças a Deus, não perdi nada”, comemora a dona de casa.
Segundo o prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, mesmo com a vazante, as 91 famílias que foram alojadas nos abrigos públicos serão mantidas no local até que o rio volte a estabilizar alcançando a marca de 9 metros.
“Nosso objetivo é manter as pessoas no abrigo até que o rio volte à calha normal, após isso, vamos verificar as residências para saber se estão aptas a recebê-los e devolvê-los em condições de segurança. Para cada família distribuiremos uma cesta básica para que ela possa se manter nessa semana seguinte”, informou Damasceno.
O gestor de Tarauacá enfatizou ainda que os prejuízos com a enchente apenas na área urbana, dos comércios, e outras instituições, chega a mais de 12 milhões, além dos prejuízos da área rural, com perdas de plantações e criações de animais, que ainda não foram contabilizados.
De acordo com o secretário de Saúde municipal, Carlos Tadeu, após a vazante, a preocupação do poder público se volta, além dos cuidados com os locais de possível desbarrancamento, também com as doenças que podem ser adquiridas pela população como consequência da cheia.
“Agora começam a surgir os problemas na área da saúde, como diarreia, vômito, doenças. Estamos mobilizando nossas equipes com todo material adequado para dar apoio às vitimas da enchente. Nossa equipe de Vigilância Sanitária, epidemiológica, está toda na área dando orientação, distribuindo material informativo para que todos tenham as orientações necessárias”, finalizou o secretário.
fonte g1