A família de Gecilene Rodrigues da Silva, de 45 anos, terceira vítima do acidente envolvendo um ônibus e um caminhão no dia 24, em Cruzeiro do Sul (AC), acusa o Hospital Regional do Juruá, onde a mulher estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com Traumatismo Craniano Encefálico (TCE), de desligar, sem autorização, os aparelhos que mantinham a mulher viva.
O marido da vítima, Sebastião Albuquerque de Souza, de 26 anos, chegou a ser detido após receber a notícia que a esposa havia morrido. No momento em que foi informado da morte da esposa, Sebastião ameaçou matar o médico que estava de plantão na UTI, alegando que os aparelhos teriam sido desligados.
Na verdade ela não faleceu, desligaram os aparelhos dela. Eu fui cedo lá vê-la, ela já estava melhor e quando foi a noite o médico chamou a irmã dela e ela já estava toda enrolada nos panos. Por que eles não nos chamaram para vê-la quando morreu? Com certeza eles tiraram os aparelhos e só mostraram para nós depois. Acredito que ela não morreu, eles que tiraram o aparelho. O que for preciso ser feito eu vou fazer, vou na Justiça”, afirma.
Ao G1 o marido confessou que seu objetivo era tirar a vida do médico que estava de plantão na UTI no momento que recebeu a notícia da morte da esposa. Ele foi encaminhado para a delegacia e em seguida, liberado.
Eu ia matar se o pegasse naquele momento. Foi muito difícil, minha vontade era de matar ele. Me prenderam e me levaram para delegacia, lá me trataram bem, me algemaram e me deixaram separado dos outros presos, pois entenderam minha situação”, relata o esposo.
O diretor clínico do Hospital do Juruá, Oziel Câmara explicou que a paciente morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória e já apresentava uma hemorragia cerebral. Além disso, há alguns dias estava com morte cerebral.
“Ela teve parada cardiorrespiratória, a paciente já estava com uma hemorragia cerebral grande e já estava com morte cerebral. Os aparelhos só são desligados depois que o paciente vai a óbito, essa acusação não procede. A paciente estava em estado gravíssimo e teve uma parada cardíaca, tentaram reanimar, mesmo assim sem sucesso. E foi comunicado primeiramente as pessoas da família que estavam ali na sala de visita”, explica o médico.
fonte g1