Após ser preso na quinta-feira (25) por suspeita de estuprar as suas cinco filhas indígenas em uma propriedade rural de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, o agricultor Raimundo de Almeida, de 49 anos, não teria mostrado arrependimento e chegou a considerar “normal” as relações sexuais com as filhas de 5, 6, 10, 12 e 14 anos, disse o delegado de Polícia Civil, Charles Correa, responsável pela prisão e resgate das crianças.
Inicialmente, ele confessou o estupro em duas meninas, mas os exames comprovaram o abuso em todas. “Era rapidinho, não fazia nada não, era rapidinho”, confessou o agricultor à Rede Amazônica no Amapá Ele permanece preso na delegacia do município e as crianças voltaram para a guarda da mãe, que é da etnia indígena Karipuna, e estão sendo acompanhadas pelo Conselho Tutelar e pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os abusos, conforme a polícia, aconteciam na propriedade que fica no quilômetro 16 da BR-156, onde ele morava com as meninas e outros três filhos homens após separar da mulher há pouco mais de três anos. Ele não é indígena e a mãe havia ficado com uma criança de colo.
O representante da Funai apresentou a mãe da vítima e trouxe uma das filhas abusadas, que tem 12 anos. Fizemos o exame de conjunção carnal que atestou o abuso, tanto o rompimento do hímen, quanto fissuras anais. Após isso investigamos os demais abusos”, contou o delegado Correa.
No local, as crianças foram acompanhadas por uma psicóloga, que, além da violência, atestou condições sub-humanas de moradia, identificando nas menores ferimentos e calos nas mãos e pés por causa do trabalho pesado na roça que eram obrigadas a fazer.
“As meninas aparentam bastante traumas com a situação. Estão bem acuadas, chorosas e a psicóloga acompanhou a operação toda”, detalhou o delegado. O suspeito ainda foi preso por porte ilegal de armas ao ser abordado com três espingardas calibre 12 e 14 munições.
De acordo com a descrição da filha de 14 anos, a polícia suspeita que o agricultor tenha dado um medicamento abortivo a ela após suspeitar de uma gravidez.
“Após perceber que ela apresentava sinais de gravidez, como vômito, enjoos, o pai deu para ela supostamente um remédio que seria para verme, mas a gente tem desconfiança que seja um remédio abortivo”, detalhou o delegado.
O suspeito segue preso na delegacia de Oiapoque e aguarda transferência para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
fonte Do G1 AP, com informações da Rede Amazônica