Acreano é um dos líderes de facção criminosa no Rio Grande do Norte

Marcos Paulo Ferreira, conhecido como “Cabeça do Acre”, transferido de Rio Branco para o Rio Grande do Norte, acusado de homicídio, é um dos líderes da onda de violência desencadeada naquele estado por dirigentes de uma facção que atua dentro dos presídios locais. A repressão ao uso de celulares desencadeou a revolta, que tem levado o caos ás ruas de Natal e outras cidades.
Considerado o porta-voz do grupo criminoso, por ter mais estudo que os demais, “Cabeça do Acre” é um dos cinco líderes apresentados pela polícia como os mais perigosos da quadrilha.
Os cinco bandidos representam, cada um, um papel específico no esquema da facção: o mais perigoso e o mais violento; elo e porta-voz; o mais estudado e o mais articulado do grupo. Estes são alguns dos conceitos atribuídos aos cinco criminosos responsáveis pela onda de ataques que vem ocorrendo nos últimos dias. Os cinco foram isolados e transferidos dia primeiro de agosto para a Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste potiguar. O local anterior, onde os cinco detentos estavam encarcerados, é apontado pelo governo como principal motivo para os atentados.
Os ataques naquele estado começaram na tarde da última sexta.

Quem são

Os cinco presos transferidos foram identificados como Edson Cardoso Bezerra, Anderson Mendonça da Silva, Cosme Wendel Rodrigues Gomes, Alex Barros de Medeiros e Marcos Paulo Ferreira (Cabeça do Acre). Anderson Mendonça da Silva é o ‘Sancinho’. Apontado como um dos principais cabeças da organização criminosa, é tido como o mais perigoso e violento do grupo. Responde por tráfico de drogas, latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção ativa. Edson Cardoso Bezerra, também conhecido como ‘Gato’, responde na Justiça por tráfico de drogas. Ele é considerado chefe de um comércio de entorpecentes em Parnamirim e tem papel considerado relevante dentro da organização. Cosme Wendel Rodrigues Gomes, também chamado de ‘Cego’, tem quatro processos em aberto por homicídio e também responde por tráfico de drogas. É considerado chefe de pontos de drogas em Parnamirim e região do Potengi.
Alex Barros de Medeiros atende pelo apelido de ‘Peitola’. Também responde pelo crime de tráfico de entorpecentes. É o mais articulado e considerado elo entre a organização e uma facção criminosa que age a partir dos presídios da Paraíba.
Marcos Paulo Ferreira é o Cabeça do Acre. Responde por homicídio. Por ter mais estudo que os demais e saber se expressar melhor, tornou-se o porta-voz da facção. Teria sido ele, inclusive, quem gravou um áudio e fez as fotos dos bloqueadores de celular que se espalharam pelas redes sociais.
Na gravação, o preso diz: “Então, família, um forte abraço do irmão ‘Cabeça do Acre’, pra essa grande família aí, maravilhosa aí do (   )… tô mandando essas fotos aí, pros irmãos aí, pra ver essa torre de bloqueio aí que tão colocando aqui no PEP, tá entendendo?… e que os irmãos fiquem ciente aí que, qualquer bloqueio, qualquer ‘pá’ aí, vamos botar o ‘bang’ pra funcionar. Firmeza? E o estado todo geral, tremer geral. Firmeza? É nós aí na fita, mano. E tamo junto. (SIC).
Após a gravação, o aparato do Estado agiu rápido. O Secretário de Justiça e Cidadania, responsável pelo sistema prisional potiguar, Wallber Virgolino disse que é importante destacar que o Estado agiu rápido na identificação dos criminosos. “Nosso setor de Inteligência foi muito eficiente. Identificamos, isolamos e transferimos os líderes dessa facção. Outras providências também estão sendo tomadas e logo a paz será restabelecida no Rio Grande do Norte. A população pode acredita nisso”, enfatizou.

Transferências

 De acordo com o governador Robinson Faria, os presos transferidos foram identificados pelo setor de inteligência da polícia potiguar após terem celulares monitorados. Ainda de acordo com o governador, outros 20 detentos também serão transferidos para presídios federais em breve.
O Rio Grande do Norte registrou mais dois ataques criminosos na madrugada desta quarta-feira, 3. Com isso, a onda de violência no Estado já soma 82 ocorrências, em 29 cidades. Os crimes contra veículos e prédios públicos seriam uma reação de facções criminosas à instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídios do Estado. O governo informou que não vai recuar e deve expandir a instalação para três das maiores unidades prisionais até o fim do ano.
Na terça-feira, 2, veículos em quatro cidades do interior foram incendiados; em um deles, as chamas começaram em carros guardados em um pátio da Polícia Civil. Por decisão da Secretaria de Justiça, os aparelhos de bloqueio deverão passar a funcionar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, a maior do Estado, além das unidades Caicó e Mossoró. O início do funcionamento do equipamento no Presídio Estadual de Parnamirim teria desencadeado os ataques.
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Para combater a violência, o governo do Estado requisitou e o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), liberou a atuação de 1,2 mil militares das Forças Armadas no patrulhamento nas ruas da capital. Cerca de 500 deles já chegaram à cidade e devem começar as atividades na tarde desta quarta-feira.
O número de presos com suspeita de ligação com as ocorrências chegou a 72 nesta terça-feira.
A Polícia Civil prendeu três pessoas que estariam diretamente ligadas ao comando da facção que tem liderado os ataques. Daniel Silva de Carvalho é apontado como sendo o segundo membro mais importante do grupo. A segunda pessoa presa, Islênia de Abreu Lima, também é apontada como membro da cúpula da quadrilha. Um menor também foi apreendido.
Segundo os investigadores, Carvalho seria o autor do primeiro ataque coordenado, que aconteceu na sexta-feira passada, contra um ônibus em Macaíba, na região metropolitana de Natal. O homem foi encontrado com queimaduras nos dois braços e confessou ter agido por ordem da facção.
Eventos esportivos e culturais também vêm sendo cancelados ou adiados. Foi o caso do show da banda Jota Quest, que estava marcado para ocorrer no próximo sábado, mas foi cancelado. Segundo a organização, o show será agendado novamente, mas ainda não tem uma nova data definida.
fonte   www.jornalatribuna.com

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