A juíza Zenair Ribeiro, da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Rio Branco, determinou que as sete famílias que ainda ocupavam o hall de entrada da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) fossem retiradas do local. As famílias, que reivindicam a entrega de casas populares, estavam na área desde o dia 23 de maio deste ano.
No processo, o pedido para retirada das famílias tem o Estado do Acre como autor. Em nota, o Governo do estado afirma que o pedido teria partido da Aleac.
Enquanto isso, a dona de casa Elisângela Oliveira, de 24 anos, diz não saber o que fazer. Grávida de dois meses, ela estava com o marido em frente à Aleac há três e passou mal após a ação de despejo.
“A única casa que tenho é na beira do rio, só que lá não tem mais condição de morar, não tem mais luz ou água. Tiraram 23 famílias e fiquei sozinha lá, adoeci por causa das condições e por isso achei que seria melhor ficar aqui”, conta.
A dona de casa diz lamentar a situação. “É muito triste, nunca esperamos. A gente pensava que as pessoas no governo iriam se sensibilizar porque têm filhos e família, mas estão abandonando a gente aqui”, lamenta.
O defensor público Bernardo Cardoso move um processo em nome das famílias contra o Estado, segundo ele, se trata de um grupo de alta vulnerabilidade social. “Baseado na decisão da juíza as famílias tem que ter o suporte do estado a partir do momento em que forem retiradas daqui”, finaliza.
Famílias acamparam em frente ao Palácio Rio Branco
Três caminhonetes foram até o local acompanhadas de dois oficiais de justiça, dois assistentes sociais e uma psicóloga, além de policiais militares. O objetivo era levar as famílias para casa de parentes ou amigos, porém, como elas alegam não ter para onde ir acabaram montando um novo acampamento em frente ao Palácio Rio Branco, sede histórica do governo.
O novo endereço, no entanto, não durou muito tempo, já que segundo eles, policiais militares os impediram de ficar no local. Até a publicação desta reportagem, as famílias haviam se estabelecido em frente ao Memorial dos Autonomistas.
Entenda o caso
A ocupação na Aleac começou depois que a terceira fase da Operação Lares foi deflagrada em 12 de maio. Na operação, foram cupridas 74 ordens judiciais em conjuntos habitacionais em Rio Branco – 37 conduções coercitivas de pessoas beneficiadas em esquema de casas populares, bem como 37 medidas cautelares de afastamento do imóvel.
Cansadas de esperar o sorteio no Programa Minha Casa Minha Vida, algumas dessas famílias resolveram invadir, no dia 23 de maio, casas populares no Conjunto Rui Lino e foram expulsas pela polícia. Os invasores eram moradores do Beco do H, Conjunto Esperança, e alegaram que o pagamento do aluguel social estava atrasado e por isso teriam sido despejados. O governo nega problemas no aluguel social. Os moradores ainda fecharam o Terminal Urbano como forma de protesto.
fonte g1.globo.com
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