Ao G1, o representante da Funai em Feijó, Carlos Brandão, disse que atende vários casos como este diariamente e que o órgão acompanha essas famílias e estuda maneiras de dar assistência para que retornem mais rapidamente para as aldeias. Segundo ele, ao todo, são 32 aldeias no município.
"Há dias em que ao menos 30 a 40 índios ficam no local catando lixo, sendo que a maioria é criança ainda. Eu conversei com um deles no lixão, ele relatou que estava há 11 dias em Feijó atrás de ajuda da Funai para pegar óleo diesel e subir para a aldeia. Eles alegam que não recebem assistência nas aldeias e chegam a montar barracas na cidade ou se apossam de embarcações desocupadas e catam restos de comida no lixo", relata Messias.
Brandão relata que os índios vão até a zona urbana do município para receber benefícios como Bolsa Família, Bolsa Escola e salário-maternidade. Porém, acabam permanecendo e, quando o dinheiro acaba, passam a catar comida em lixeiras da cidade e no lixão.
"Vamos até o lixão, retiramos eles do local e explicamos que podem pegar doenças. Também damos ajuda com o óleo necessário para retornarem para aldeia, mas em duas semanas eles voltam. É muito complicado, pois há muitas crianças. Eles catam latas, entre outros objetos e trocam por dinheiro até receberem novamente os benefícios", explica.
Para ajudar essas pessoas, Brandão afirma que a Funai estuda a possibilidade de montar um posto mais próximo das aldeias ou fazer o pagamento itinerante dos benefícios para que os indígenas não precisem se deslocar. Além disso, diz já ter pedido ajuda da assistência social para fazer o acompanhamento dessas famílias.
"Eles ficam na praia às margens do rio mendigando, vamos até o local e conversamos, fazemos o possível. A Funai acompanha essas famílias, nos reunimos com a Educação e Saúde indígena. Queremos achar alternativas, mas não é um trabalho fácil", lamenta.
fonte /g1.globo.com
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