Ver Feijó, no ar, é uma surpresa para quem voa por cima de tanto verde, espesso e agreste da selva, e, de repente, surge à cidade cortada ao meio pelo rio Envira, amanhecendo de juventude, muito distante das outras regiões. É uma visão impressionante do urbanismo que se expande por todos os espaços para abrigar a população.
A maior parte da cidade ainda é formada por mata intocável, protegida principalmente pelo estabelecimento de florestas de proteção integral e, reservas indígenas. Onde se mante 90% de sua floresta intacta. Nosso estado possui uma área total de 27.478,5Km², sendo que desse total de sua área 9.340Km², já foram desmatados. (Imazon-2006)
O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, na pecuária primordialmente, no extrativismo,com destaque para extração de madeira, por meio de manejo florestal e a coleta de frutas silvestres como o açai, o que teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.
Hoje segundo o IBGE, a área de extensão territorial do município de Feijó é de 24.202,027 km², localizado na região central do estado do Acre representado o primeiro município em extensão territorial do estado e um dos maiores do país, com uma população de 31.288 habitantes, ocupando as duas zonas urbana e rural, assim distribuídos: 15.144 habitantes na zona urbana e 16.144 habitantes na zona rural. O município de Feijó apresenta um quadro demográfico de 31.288 habitantes, tornando-se o quinto Município do Estado. Possue um IDH de 0, 541(PNDU-2000); um PIB de R$144.976.569,00 (IBGE-2005) e um PIB per capita de R$ 3.791,13 (IBGE-2005)
Feijó, é um dos 22 município do Estado do Acre, está situada entre 8º 09’ 43” de latitude sul e 70º 21’ 08” longitude oeste de Greenwich. O Município situa-se na zona fisiográfica do vale do Juruá em ambas as margens do rio Envira, sendo que a sede mesmo localiza-se na margem do rio Envira, afluente do rio Tarauacá. Faz parte da Mesorregião do Juruá e a Microrregião do Tarauacá. Limita-se ao norte com o Estado do Amazonas, ao sul com a República do Peru; a Oeste com o Município de Tarauacá e Jordão; ao leste com os municípios de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus. Possuía uma área de 19.632 quilômetros e era o 5º município em extensão territorial, passando em 2008 a ocupar o segundo lugar em extensão territorial, com uma área total de 24.202,027 Km². Fica distante da Capital Acre 344 km. Possui uma Altitude média de 153m em relação ao nível do mar, o clima é equatorial, (quente e úmido) como em todo o Território do Acre.
Tendo como principais acidentes geográficos: o rio Envira – nasce no Peru, toma inicialmente a direção sudoeste-nordeste e desemboca no rio Tarauacá, já no estado do Amazonas.Seus principais afluentes são os rios Paraná do Ouro e Jurupari, os Igarapés Diabinho, Cardoso, Aristides, Recreio, Paraná do Bravo, Ouvidor, Riozinho, Xinane, Jaminauá, Simpatia, Enganoso, Paroá, dentre outros. Sua profundidade é quatro metros, no inverno, e um metro, em média, no verão. Em torno de toda a sua extensão, então situados inúmeras sedes de seringais, aldeias, colônias e etc. O rio Jurupari nasce e desemboca no rio Envira, em território do município, abaixo da linha geodésica Cunha Gomes. Tem a direção nordeste - noroeste. Sua profundidade é de cinco metros, no inverno, e 0,50 metros, em média, no verão. O rio Paraná do Ouro nasce e desemboca no município. Toma a direção sudoeste-noroeste. É pouco navegável e sua profundidade varia entre três metros, no inverno, 0,20 metros, no verão.
Breve Histórico do Processo de Ocupação Territorial de Feijó
Este breve histórico pretende mostrar como foi constituído o processo historiográfico de formação de nosso município. Para Tanto a exposição será dividida em tópicos. No primeiro deles, faremos uma breve exposição acerca da entrada de grupos indígenas em nossa região. Em seguida, faremos um breve relato do processo de migração nordestina. Posteriormente, enfocaremos a vinda dos paulistas para a nossa região, atraídos por uma política desenvolvimentista da década de 70. Finalmente, enfocaremos o novo contexto histórico, social, político, econômico e cultural do município de Feijó.
Habitavam as terras do município de Feijó, as tribos Jaminawás, Kaxinawás, Paparrós, Kulinas, Chacauás. Tudo natureza bruta, mata e selva só habitados por índios.
A primeira penetração de civilização data de 1879 e deu-se com a chegada à foz do rio Envira, do navio Mundurucus, trazendo vários nordestinos, que deixando sua terra natal, deslocaram-se para cá atraídos pelo incentivo do corte da seringa para a produção da borracha. Tinham como único objetivo a melhoria de vida.
Como nos diz Tocantins: “Os altos-rios foram ocupados em caráter econômico e permanente a partir de 1879”.
A partir desta data, começaram a chegar à foz do Envira as primeiras famílias nordestinas, que deixavam o sertão correndo das secas, em busca da borracha e do sonho de ganhar dinheiro. Graças aos Nordestinos, a região começou a ser desbravada. Foi uma época difícil para os índios que ali moravam, pois as necessidades dos que chegavam de lotear as terras para formar os primeiros seringais, causou muitos conflitos.
E foi exatamente em meio a esses conflitos entre brancos e índios que surgiu o Seringal Porto Alegre, localizado a margem direita do Rio Envira. Ali, naquele pedaço de chão, surgiria mais tarde, o vilarejo de Feijó que em 1938, se transformou em município.
Um dos primeiros exploradores, dessa região foi o Sr. Anjo Custódio, segundo o Sr. Ambrósio, em entrevista ao “semanário Independente de Feijó”, (hoje extinto) o mesmo chegou nessas terras por volta de março de 1887, segundo o mesmo, o Sr. Anjo Custódio, “andava sempre sozinho nas demarcações dos seringais”. Depois de Anjo Custódio, também chegou a essa região o Sr. Cajazeira, paraibano, que continuou explorando os seringais, principalmente o seringal Canadá. Continuando a exploração dos seringais, cajazeira explorou até o seringal Simpatia, fazendo lotes e vendendo para aqueles que tinham condições de comprá-los. Prosseguia-se com a exploração dos seringais, já se iniciava o corte das seringueiras, para se obter logo, logo a produção da borracha, do cernambi e do caucho. Tudo em prol do lucro e mais e atender um mercado externo e uma indústria cada vez mais pujante.
Expulsavam-se os índios para os altos rios. Ocorriam grandes batalhas entre os índios e brancos (nordestinos). Nestas lutas havia muitas mortes entre os índios e brancos (nordestinos). Portanto, o clima entre brancos e índios da região sempre foi quente. Haviam constantemente lutas, emboscadas, mas sempre a favor do homem branco, como acontecera em toda a história do o homem branco sempre saíra vencedor em relação ao indígena.
Houve várias e pequenas refregas, mas os nordestinos conseguiram, aos poucos, desbravarem a região. Subindo rios e igarapés, começaram a demarcar seus “domínios” surgindo, daí, os atuais seringais, entre estes seringais realça o denominado “Porto Alegre”, pertencente ao Sr. Rodrigues, cearense, ele chegou à região em 1896, também chegando de navio até São Felipe, hoje localidade conhecida como município de Eirunepé, no Amazonas. De lá para região de nosso município, o mesmo veio de canoa.
O Sr. Francisco Barroso Cordeiro, cearense chegando aqui por volta de 1896, o mesmo comprou o Seringal “Porto Alegre” do Sr. Rodrigues.
É neste contexto histórico que surge à margem direita do rio Envira, o Seringal Porto Alegre que mais tarde deu origem ao município de Feijó.
A partir dá ir inicia-se a exploração, através de um processo rudimentar de civilização e de desbravamento, iniciando a construção das primeiras casas, de madeira rústica coberta de palha, do seringal “Porto Alegre”, um barracão de madeira de propriedade do Coronel Barroso, na rua em que hoje, tem o nome do Coronel Barroso, no centro da cidade. Certo tempo depois, Coronel Barroso, vende esse barracão, para a firma Coutinho & Aníbal, que a transforma em um novo e grande empreendimento. Firma esta, que concentrava em seu poder vários seringais que faziam parte da empresa extrativista montada na foz do seringal Jurupari, através de um grande barracão, que mantinha o controle e abastecia os seringais e o incipiente comércio local, com os mais variados produtos. A loja filial fica a partir de então, sendo administrada pelo Sr. Jurandir, um comerciante Sírio-Libanês, que foi o primeiro grande comerciante da época, em nossa cidade, que vendia estivas, gêneros alimentícios, tecidos (corte de fazendas), dentre outros produtos, o mesmo tinha como empregados, a professora, Lurdes do Carmo Castro, Moacir Severiano, que de empregado, tornou-se mais tarde sócio do Sr. Célio Fernandes e montaram a firma Fernandes & Cia onde hoje é conhecida como Coronel Barroso, mais ou menos ali, aonde é hoje a casa das irmãs. Feito em mutirão por aproximadamente 10 pessoas, sendo alguns conhecidos cidadãos feijoenses, como o Sr. João Ambrósio, Coronel Barroso, Miguel Ferreira, Antonio Morais, mestre Ezequiel e outros. O seringal, foi progredindo e aos poucos se tornou vilarejo. E a 13 de maio de 1906 foi elevado à Categoria de Vila sobre a denominação de Feijó, em homenagem ao grande vulto da nossa história, o Pe. Diogo Feijó, Jesuíta e grande catequizador dos índios. E através do Decreto-Lei Presidencial de nº 968 de 21 de Dezembro de 1938, elevou a vila Feijó, a categoria de Cidade. As terras que constituiu a sede do Município foi compreendida numa área de 1.000m². por 3.000m., de fundo, adquirida do Cel. Coronel Barroso Cordeiro pelo valor de 20.000$000.
Logo depois, o então Prefeito Raimundo Augusto de Araujo, comprou uma nova área de do Sr. Fenelon, agora na zona rural, que ia da divisa de nossa cidade até o igarapé xixica e o igarapé salão; e na estrada Assis de Vasconcelos até as terras que é hoje a colônia do Sr. Armando Fenelon. Assim, começou a expansão e o desenvolvimento de nosso município.
“A partir da expansão do comércio da seringa” (SOUZA, 2002:60) surge o município de Feijó.
Ata de Instalação da Prefeitura de Feijó
Aos dezenove dias do mês de Abril do ano de mil novecentos e trinta e nove, 118º da Independência e 51º da República, sendo Presidente da República Excelentíssimo Senhor Doutor Getúlio Vargas e Governador do Território Excelentíssimo Senhor Doutor Epaminondas Martins, com a presença do Senhor Raimundo Augusto de Araújo, Prefeito Municipal, em comissão, Doutor Claudio de Resende do Rêgo Monteiro, juiz de Direito em exercício, Francisco Pontes, juiz Municipal em exercício; funcionários federais, territoriais e municipais; comerciantes, industriais, agricultores, excelentíssimas famílias e outras numerosas pessoas, foi lido o Decreto número (3) três desta data, que além de dá nova divisão Administrativa e Jurídica ao Território. Declara a elevação da Vila Feijó, a município de Feijó Território do Acre, criada pelo Decreto-Lei número (968) novecentos e sessenta e oito, de 21 de Dezembro de mil novecentos e trinta e oito (1938), desmembrando do município de Sena Madureira e Tarauacá. Realizou-se em primeiro lugar a solenidade do hasteamento da Bandeira, a que prestou continências o Destacamento Policial desta cidade após a qual o Senhor Raimundo Augusto de Araújo, Prefeito em comissão, pronunciou ligeiro discurso sobre este acontecimento, dirigindo incisivo apelo ao povo do novo Município acreano no sentido de cooperar com desprendimento pela prosperidade do mesmo, e dizendo de suas intenções como administrador pelo tempo que lhe couber dirigir os destinos da Municipalidade. Em seguida, teve lugar a sessão cívica previamente organizada, em que fizeram uso da palavra o Doutor Claudio de Rezende do Rêgo Monteiro, os senhores Nestor Arnaud, José Idalino de Paiva e a Senhorinha Nancy Cabral Cordeiro, que falou em nome da mocidade de Feijó. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Prefeito Municipal, agradeceu o comparecimento de todos os presentes e a colaboração que lhe trouxeram os diversos oradores mandando que se lavrasse está ata, que lida e achada conforme, vai por todos assinada. Do que para constar, eu, Julio Santos, secretário em comissão da Prefeitura Municipal, a escrevi e subscrevo.
Raimundo Augusto de Araújo,
Claudio de Rezende do Rêgo Monteiro,
Francisco Pontes
Francisco Ferreira de Melo
Francisco Carneiro de França
Francisco Maciel da Silva
Domingos Frota e mais 97 assinaturas.
Símbolos do Município
O brasão do município de Feijó foi idealizado por José Erivaldo Silva de Sousa, e aprovado conforme o projeto de Lei nº 0001, de 03 de março de 1991.
Costa deste brasão as figuras ilustrativas abaixo:
I – Tronco da Seringueira: até hoje, a principal atividade econômica do município;
II – Peças indígenas: destacando a importância da cultura indígena na formação da sociedade feijoense;
III – Toras de madeiras – outra fonte essencial da economia local;
IV – Formato da cabeça de uma rês com uma pequena planta no centro simbolizando o rebanho bovino do Município e o valor da mesma atividade primária;
V – Posição estratégica do Rio Envira; até a principal via de acesso;
VI – A estrela simbolizando que fazemos parte da Federação, através do estado do Acre;
VII – No rodapé do Brasão, a data de fundação do Município.
A data a que se refere o brasão é a da ta da emancipação política do Município.
A Bandeira de nosso Município foi idealizada pelo Prefeito em exercício, Francisco Adelino Rêgo, que a época, era presidente da Câmara Municipal, através do Decreto nº 007, de 17/08/71.
Simboliza a Bandeira
Artigo 2º do Decreto:
“– A Bandeira do Município de Feijó, consta das cores verde, amarelo, azul, marrom e branco, tendo em sua parte superior à esquerda uma estrala representativa de autonomia municipal, e na parte inferior, também à esquerda, um tronco que simboliza a seringueira, fonte do látex, que é riqueza natural do Município”.
OS Prefeitos de Feijó
01- Raimundo Augusto de Araújo – 1939 a1949
02- Aurelino Barreto dos Santos – 1949 a 1952
03- Heitor Correia de Araújo – 1952 a 1953
04- Aurelino Barreto dos Santos – 1953 a 1954
05- Carlos Barroso Cordeiro – 1954 a 1956
06- Demóstenes Gomes Rodrigues – 1956 a 1960
07- Carlos Barroso Cordeiro – 1960 a 1962
08- Cosmo Quirino de Sousa – 1962 a 1964
09- Wladir Ferraz do Vale – 1964 a 1967 (Primeiro Prefeito Constitucional)
10- Sgtº. Odenir Rodrigues (Primeiro Interventor)
11- Alcimar Nunes Leitão – 1967 a 1970 (Segundo Prefeito Constitucional)
12- Raimundo Gomes Leitão – 1970 a 1974
13- Geraldo Celso Brandão – 1974 a 1975
14- Raimundo da Silva Palheta – 1975 a 1977
15- Antonio Oliveira Costa – 1977 a 1978
16- Aurélio de Sousa Braga – 1978 a 1979
17- Romildo Magalhães da Silva – 1979 a 1982
18- Aurélio de Sousa Braga – 1982 a 1985
19- José Ivo Correia de Sena – 1985 a 1986
20- Lívio Severiano da Silveira – 1986 a 1989 (Terceiro Prefeito Constitucional)
21- Francisco João de Sousa Lima – 1989 a 1992 (Quarto Prefeito Constitucional)
22- Eloi Abud - 18.06.1922 a 14.10.92 (Segundo Interventor)
23- Francisco João de Sousa Lima 14.10.1992 a 31.12.1993
24- Cláudio Braga leite – 1993 a 1996 (Quinto Prefeito Constitucional)
25- Romildo Magalhães da Silva – 1997 a 2000
26- Francimar Fernandes de Albuquerque – 2001 a 2004
27- Francimar Fernandes de Albuquerque – 2005 a 2008
28- Juarez Leitão do Nascimento - Janeiro de 2009 a Setembro de 2009
29- Cláudio Braga Leite (Prefeito Tampão) de Setembro de 2009 a Dezembro de 2009
30- Raimundo Ferreira Pinheiro – Dezembro de 2009 a 2012
31- Hammerly da Silva Albuquerque - 2013 a 2016
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