A mãe conta que costuma enviar e-mails para o filho, uma maneira de tentar manter a esperança de que ele visualize. “Penso que ele pode estar vendo, mas não há nenhuma resposta. Também não teve nenhuma resposta da polícia e estamos esperando. Estamos impotentes. Tem que esperar, não tem outra solução”, complementa.
O secretário adjunto de Polícia Civil, Josemar Portes, reafirma que as investigações continuam sendo feitas, mas ainda não houve progresso em relação à localização de Bruno. Ele acrescenta que a polícia ainda tenta confirmar a hipótese de que o acreano não sofreu nenhum tipo de influência externa para sair de casa.
“As diligências não cessaram e estamos trabalhando. Está cada vez mais improvável de se tratar de um ato de violência, de coação. Vemos que isso está se consolidando, mas não temos ainda a localização concreta dele”, salienta.
“Não quero alimentar mais nenhuma expectativa do dia que ele vai chegar, porque não chegou no aniversário do pai dele, nem no dele. Não vou ficar alimentando expectativa, ficar frustrada e amanhecer mal. Espero mesmo em Deus, não vou botar data. Vou acreditar que Deus mandará ele de volta”, falou.
Trabalho em família
Os 14 livros deixados pelo estudante estão sendo decodificados pela irmã mais velha, Gabriela Borges, de 28 anos, e por um amigo. Athos Borges, patriarca da família, tem procurado uma editora que se interesse em publicar o primeiro volume. Segundo Denise, os exemplares devem ser publicados na ordem sugerida por Bruno.
A leitura de quatro livros, conforme a mãe, ajudaram a entender melhor as ideias do jovem. “Me sinto mais confortada”, acrescentou. Existem livros com mais de 200 páginas. “O assunto abordado é filosofia, questões relacionadas ao conhecimento e teorias que ele vivenciou na prática, estudou e chegou a uma conclusão. É bem interessante”, ressaltou.
Desaparecimento
A última vez que os parentes viram Bruno, no dia 27 de março, foi durante um almoço de família. O acreano voltou para casa e todos – mãe, pai e irmãos – seguiram o dia normal de trabalho. Mais tarde, o pai dele retornou à residência da família, em Rio Branco, e percebeu que o filho não estava.
A retirada dos móveis do quarto, as inscrições nas paredes, teto e chão, bem como a chegada da estátua de aproximadamente dois metros de altura, ocorreram em um período de 20 dias, tempo em que o quarto ficou trancado e os pais viajavam de férias.
Sobre a estátua, o artista plástico Jorge Rivasplata, autor da obra, afirmou que fez a entrega no dia 16 de março. Pelo artefato, o artista afirmou ter recebido inicialmente R$ 7 mil e, em seguida, mais R$ 3 mil.
fonte g1.globo.com
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