“Celibato é uma hipocrisia”, diz acreana filha de padre que foi mantida em sigilo

 Jornalista Mariama Morena falou publicamente sobre o assunto pela primeira vez no seu Facebook


 A jornalistMariama Morena, que trabalhou em emissoras de TV no Acre e hoje mora em Brasília, aproveitou a defesa da união civil de casais do mesmo sexo feita pelo papa Francisco para pedir, em seu perfil no Facebook, o fim do celibato para padres.
Segundo a comunicadora, a obrigação imposta pela Igreja Católica é uma grande hipocrisia. Mariama tem motivos de sobra para condenar a prática. Filha de padre, ela conta que só teve o reconhecimento da paternidade após ação judicial.
“Na época, o pedido foi manter a história em sigilo. Sem escândalos. E assim eu fiz, na esperança de um dia ser acolhida. Mas o sobrenome não supriu a ausência. Meu pai morreu sem me dar um abraço. Quantos órfãos do celibato temos pelo mundo? Até quando a igreja vai negar a natureza de um homem e de uma mulher para preservar seu patrimônio?”, desabafou.
Morena afirma ainda que o pai, Claudio Avallone, abriu mão da possibilidade de construir uma família para viver da batina até os últimos dias de sua vida. 


 Leia abaixo a íntegra da publicação:
Acho fantástico o papa Francisco defender a união civil de casais do mesmo sexo. Mas eu queria ouvir dele que os padres também merecem esse direito. Como filha de padre, que viu o pai ter que escolher entre a batina e a possibilidade de construir uma família (e ele preferiu a igreja, vivendo como padre até os últimos dias de sua vida), eu vejo o celibato como uma grande hipocrisia que persiste na igreja católica. Nunca falei publicamente desse assunto. Mas a gente precisa falar sobre isso. Tenho certeza que não sou a única. E eu sei que pesou para o meu pai o fato de que reconhecer uma filha, assumir um romance significaria o fim de sua vida dedicada à igreja. Tive o reconhecimento de paternidade tardio, depois de uma ação judicial. Na época, o pedido foi manter a história em sigilo. Sem escândalos. E assim eu fiz, na esperança de um dia ser acolhida. Mas o sobrenome não supriu a ausência. Meu pai morreu sem me dar um abraço. Quantos órfãos do celibato temos pelo mundo? Até quando a igreja vai negar a natureza de um homem e de uma mulher para preservar seu patrimônio? Precisamos falar sobre isso.
fonte  contilnetnoticias.com

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