Filho joga álcool e incendeia a própria mãe



Luiz Fernando Balbi, 30 anos, foi transferido para a Casa de Custódia Dalton Crespo na tarde desta quarta-feira. De acordo com o delegado-adjunto, Rodrigo Maia, ele responderá por tentativa de homicídio qualificado e pode pegar até 30 anos de prisão. É suspeito de ter ateado fogo na sua mãe, a colunista social Maria Ester Balbi, 62 anos na tarde desta terça-feira. A vítima teve mais de 50% do corpo queimado e permanece internada em estado grave no Hospital Doutor Beda, segundo o último boletim divulgado.
Segundo Rodrigo Maia, a polícia tem indícios suficientes que provam que o filho teria ateado fogo na própria mãe.
— Durante perícia na casa foram encontrados dois litros de álcool e uma caixa de fósforos no quarto da vítima. Ainda puderam ser constatadas marcas pelo chão da residência, o que mostra que Maria Ester foi arrastada do quarto para o banheiro. Outro fator que chama a atenção é o descaso do filho na hora do atendimento da equipe do Emergência em Casa. Também não foram encontrados restos de cigarro no local, o que confronta com que o suspeito falou durante o depoimento — disse.
Ainda de acordo com o delegado, a colunista social teria sido vítima de tentativa de homicídio praticada pelo próprio filho, que negou o fato à polícia, alegando que as queimaduras sofridas pela mãe foram acidentais. A informação foi passada por volta das 20h, logo após o delegado ouvir a médica do Emergência em Casa, que fez o primeiro atendimento da vítima, quando ela ainda estava acordada.
A colunista deu entrada no Hospital Ferreira Machado, por volta das 15h30 de ontem, com queimaduras no corpo. Segundo o delegado, a versão do filho da colunista, de que os ferimentos teriam sido ocasionados por um acidente, foi confrontada pelo o que teria sido dito pela vítima quando era resgatada da sua residência, que fica na rua Marcílio Martins, no IPS. No momento do ocorrido, ela estaria acompanhada do filho, que falou em depoimento ao delegado que socorreu a mãe. Luiz Fernando chegou à delegacia dizendo que foi acidente.
“Ele chegou dizendo que tinha sido um acidente, que ele foi limpar uma ferida da mãe com álcool de cateter, porque ela faz hemodiálise, e fez isso fumando e o cigarro caiu o pegou nela. Porém, próximo à ferida dela não havia queimadura nenhuma. A gente pôde apurar que o corpo dela teve queimaduras de 1°, 2° e 3° graus, inclusive na região do tórax e da cabeça, o que faz cair por terra a tese dele, de que seria acidente enquanto ele limpava uma ferida dela”, completou.
— O caso foi apurado como sendo de tentativa de homicídio na forma da Lei Maria da Penha. O autor se recusou a acompanhar a mãe na ambulância, tendo dito para a equipe médica deixá-la morrer dentro de casa. Diante disso, a equipe a conduziu para o Hospital Ferreira Machado (HFM) e durante o trajeto, a mãe narrou que quem ateou o fogo nela foi o filho e que não houve acidente — contou.
A equipe da Folha também conversou com o suspeito que negou que cometeu a tentativa de homicídio. Segundo Luiz Fernando, tudo foi um acidente.
— O álcool estava no quarto por conta do curativo que estava sendo feito e também não quis entrar na ambulância porque tenho trauma desde um acidente que sofri. Tudo isso foi um acidente. — disse o filho da colunista.
Segundo o Hospital Ferreira Machado, ela teve 54% do corpo queimados, sendo atingido o rosto, pescoço, braço esquerdo, tórax e dorso. Ela passou por cirurgia para a retirada da pele queimada e foi feita a assepsia. A paciente ficou internada na Unidade de Paciente Grave (UPG) respirando com ajuda de aparelhos. Ainda durante a noite ela foi transferida para o Hospital Doutor Beda, onde permanece em estado grave.
O Hospital Dr. Beda divulgou agora pouco o boletim com estado da colunista. Maria Ester  permanece sedada e respira com ajuda de aparelhos. A pressão arterial está controlada por remédios. Ela não apresenta quadro infeccioso e vai fazer hemodiálise, já que ela é portadora de insuficiência renal crônica. O corpo clínico do hospital determinou uma dieta enteral (por intermédio de sonda naso-gástrica) para a paciente. O boletim é assinado pelo médico intensivista do Dr. Beda, Afonso Celso Faria.

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