Equipes do Acre trabalham durante feriado para manter BR-364 aberta

Após dois meses debaixo d'água BR-364 começa a aparecer (Foto: Sérgio Valle/Secom)
Aos poucos as águas do Rio Madeira, em Rondônia, tem diminuído o volume. No entanto, os danos causados à BR-364, principal via de ligação do Acre com o restante do Brasil, após dois meses de enchente vão aparecendo a medida que o manancial deixa de cobrir a estrada. Por isso, durante todo o feriado da Semana Santa e Tiradentes, equipes do Corpo de Bombeiros do e Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre) estão trabalhando na estrada.
O trabalho, realizado em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Polícia Rodoviária Federal, tem como objetivo garantir principalmente a passagem de caminhões de carga com destino ao Acre e a região oeste de Rondônia. Afastando assim o problema de desabastecimento que atingiu esses locais durante o mês de março e parte de abril.
De acordo com a chefe da Casa Civil do Acre, Márcia Regina, embora as equipes tenham conseguido garantir a travessia de 170 caminhões no último sábado (19). No domingo (20), houve dificuldades.
"Lá  a situação é dificuldade, no domingo mais ainda porque choveu muito no trecho. As equipes estavam reportando que não haviam conseguido trabalhar por causa da chuva", comenta.
Márcia explica que como há dificuldades de comunicação no local, os informes são passados duas vezes por dia, sempre no começo e no final pelo Tenente Coronel Batista e pelo assessor especial do Governo do Acre, Carlos Rebello.
No final do mês de fevereiro, o nível do Rio Madeira começou a subir e a cheia de 2014 se tornou histórica chegando a atingir 19,74 metros no dia 30 de março. Por causa disso, o tráfego na estrada teve que ser interrompido prejudicando o transporte de cargas para o Acre.
Diversos setores foram atingidos e as cidades acreanas, em especial Rio Branco, tiveram problemas de abastecimento em gêneros alimentícios, gás de cozinha e combustíveis. Para resolver isso, o governo do estado teve que adotar medidas como solicitar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e fretar aviões para transportar itens da cesta básica para o estado.
Empresas como a Petrobras, Fogás e Amazongás tiveram que enviar balsas do Amazonas para o Acre, para garantir que não faltassem os produtos. O Acre conseguiu ainda uma autorização especial para importar combustível e produtos hortifrutigranjeiros do Peru, país que faz fronteira com o estado.
Enquanto isso, outros setores acabaram tendo que paralisar parte das atividades. Nesta lista estão as empresas de transporte rodoviário interestadual, que começou a retomar atividades na última sexta-feira (19); e as concessionárias de veículos que ficaram sem carros novos para venda.
O governador Tião Viana (PT-AC) decretou situação de calamidade pública no Acre, no último dia 7 de abril. O estado já estava em situação de emergência desde o dia 26 de fevereiro.
De acordo com a chefe da Casa Civil, o estado teve uma perda de R$ 600 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) no período em que a estrada ficou fechada e deve levar pelo menos três anos para se recuperar dos prejuízos causados pela cheia.
Embora a situação na estrada tenha melhorado, e caminhões e caminhonetes já consigam fazer a travessia, as condições ainda exigem cautela. Por isso, o Dnit ainda não liberou a passagem para todos os tipos de veículos. Apesar disso, já é possível ver carros de passeio na estrada. 
fonte g1