Alunos da Ufac caem em golpe e perdem congresso no Paraná


O que era para ser uma viagem tranquila rumo ao 37° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), que ocorre entre 2 a 5 de setembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná, acabou se transformando em um pesadelo para um grupo de dez estudantes do curso de Comunicação Social/Jornalismo, da Universidade Federal do Acre (Ufac).  Os estudantes fecharam um pacote de passagens com um homem do ramo de milhas aéreas, em Rio Branco, só que na hora de embarcar foram impedidos por um 'problema' no pagamento dos bilhetes.
Segundo a acadêmica Márcia Moreira, os funcionários da empresa área explicaram que o erro ocorreu porque o pagamento teria sido realizado com um cartão de crédito clonado. "Três meninas do nosso grupo chegaram primeiro, quando foram fazer o check-in, o sistema da empresa apontou que tinha problema no pagamento do cartão. Aí a passagem de todo mundo começou a 'cair'. O sistema da empresa identifica quando tem algum problema no cartão. Como não efetuou pagamento, o cartão não tem fundo ou é clonado, como foi o nosso caso", explicou a jovem.
Os estudantes compraram as passagens de um homem que se apresenou como "Renan Sales", que fechou o pacote cobrando R$ 600, ida e volta, para cada um dos estudantes. No dia do embarque, o grupo diz que chegou a ligar para o homem mais de 100 vezes antes de ir à Delegacia da 1ª Regional  para registrar um boletim de ocorrência. Os estudantes estimam um prejuízo de R$ 1.500 para cada um, entre compra de passagens, hospedagem, passeios e inscrição para o congresso.
Márcia conta que suas passagens deram problema desde o começo, devido um erro no nome. "Ele mandou a passagem nos nossos e-mails, a minha nunca chegou a ser enviada. Estava com erro no nome, eu ficava pedindo para ele ajeitar e isso nunca acontecia. No último dia antes da viagem eu entrei em contato com a empresa e eles falaram que, apesar de não ser o costume, iriam mudar o meu nome. Até aquele momento, eu achava que iria embarcar", conta.
Os estudantes descobriram, após perder o avião, que Renan, na verdade, era um nome falso. "Ele se apresentou para a gente como Renan Sales, mas depois descobrimos que esse não era o nome dele", diz Márcia. 
A acadêmica Felícia Nascimento também iria participar pela primeira vez do congresso e também foi uma das prejudicadas pelo golpe. "Até agora ainda não acredito, ainda penso que vou conseguir. A gente tinha programado muito essa viagem, muitos planos, estávamos indo mais cedo para poder fazer os passeios", lamenta.
Homem que vendeu passagens diz que também foi enganado
Ao G1, "Renan", que na verdade diz se chamar Brunê Kainã, afirma que também foi enganado e acusa outra pessoa pelo golpe, mas alega não poder falar nomes para não atrapalhar as investigações. "Peguei o  nome e a data de nascimento de cada um deles [os estudantes] e enviei para o emissor,cujo o nome, prefiro não citar, pois, como eu disse, pode atrapalhar as investigações. O emissor tinha o dever de assim emitir as passagens", explica.
O nome falso, segundo Brunê, é a forma com que ele gostaria de ser chamado. O empresário diz ainda que só trabalhava com essa comissão de passagens, porém, alega que não era uma espécie de sociedade. E explica como era feita a compra.
Eu via o preço e mandava pra ele. Ele dava um preço que devia pagar a ele e eu acrescentava um pouco mais , o que seria a minha comissão pela venda. Mas não imaginava que as passagens eram emitidas por ele de maneira ilegal. Só descobri isso através de um cliente que ficou no aeroporto", conta.
Sobre o verdadeiro culpado, Brunê diz que ele não é acreano e alega que vai procurar a Justiça para também ser ressarcido, pois pretende se desfazer de bens materiais para pagar a todos os estudantes o valores perdidos. "Ele não é daqui, se fosse, não seria eu que estaria com uma reputação de bandido perante toda a sociedade  e eu já teria denunciado há muito tempo. Por enquanto só quero devolver o dinheiro dessas pessoas, mesmo tendo que me desfazer de bens materiais", finaliza.
fonte g