Vítima de assalto reclama de jornada por delegacias para registrar BO

Vítima de um assalto na última terça-feira (14) em Rio Branco, uma mulher, que não quer se identificar, diz ter enfrentado uma peregrinação por delegacias da capital para tentar, sem sucesso, registrar um boletim de ocorrência. Revoltada, ela cobra por uma resposta das autoridades. A Corregedoria da Polícia Civil diz que o caso deve ser apurado.
O assalto foi registrado pelas câmeras de segurança da casa. Nas imagens é possível identificar dois suspeitos que aproveitam a chegada de um morador para entrar na garagem.
Um deles estava armado, porém, a dupla fugiu levando apenas a carteira do homem depois que os outros moradores começaram a gritar.
A Polícia Militar foi acionada e orientou que as vítimas fossem até a Delegacia de Flagrantes de Rio Branco, no bairro Estação Experimental, para registrar o caso. Foi então que a jovem diz que se sentiu desamparada.
“Quando eu cheguei lá a moça da limpeza me informou que não tinha ninguém para me atender, nenhum policial. Aí eu insisti e apareceu uma policial me explicando que eles todos tinham saído para levar uns presos ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb)”, conta.
A vítima foi orientada a seguir para outra delegacia no bairro Bosque. Ao chegar lá, no entanto, nova surpresa, o local estava fechado.
“O rapaz disse que só abriu a porta porque conhecia meu pai, porque [a delegacia] estava fechada. Ele falou que não teria ninguém responsável para fazer o BO porque o rapaz tinha ido jantar. Quando ele sugeriu da gente voltar no outro dia, rapidamente ele lembrou que seria feriado e falou: então eu não vou poder fazer nada por ela hoje e nem amanhã. Pede para eles retornarem quinta-feira (16)”, explica.
A mulher ainda voltou na Defla, porém, desistiu depois de esperar a chegada de alguém que fizesse o registro.
“Eu tenho imagens, eu tenho o relógio deles que ficou lá na minha casa e a gente meio que desistiu e foi pra casa. Como tem uma delegacia próximo de casa, a gente foi e registrou um B.O. simples porque eles levaram todos os documentos e os cartões do meu pai, mas foi só isso que a gente conseguiu fazer”, lamenta.
Irritada com o que acredita ser descaso a mulher pede providências. “Todo mundo diz a Defla é 24 horas, pode ir lá qualquer hora que você vai ser atendida, mas não tinha ninguém para atender. A gente vai porque a gente está necessitando e a gente está tentando contribuir com a polícia para conseguir pegar esses assaltantes, mas até hoje eu não consegui contribuir. É essa a minha maior revolta”, desabafa.
O corregedor da Polícia Civil, delegado Josemar Portes, diz que busca fazer contato com a vítima para colher o depoimento dela e as evidências sobre o crime.
“Qualquer ilícito administrativo, seja com relação a registro de B.O. ou qualquer outro, é da atribuição da Corregedoria apurar e com esse não será diferente. Hoje [quinta-feira, 16] tomei conhecimento deste fato. Estamos tentando contatar essa pessoa para colher maiores elementos em relação a essa possível desídia de alguns agentes da Defla”, finaliza.
Colaborou Débora Ribeiro, da Rede Amazônica Acre.
fonte g1

Postar um comentário

0 Comentários